segunda-feira, 28 de maio de 2012

Canção em Prosa


Audição comentada27/05/2012 | 20h08

Canções virando prosa

Richard Serraria fala do disco "Pampa Esquema Novo" nesta segunda-feira

Canções virando prosa Ane Franke/Divulgação
Músico vai conversar sobre o trabalho que mistura samba, candombe, milonga, bossa-tango, ijexá e cocoFoto: Ane Franke / Divulgação











Após ganhar o Prêmio Açorianos de Música junto com o parceiro Angelo Primon, pelos arranjos de Pampa Esquema Novo, Richard Serraria faz hoje o caminho inverso.
Às 19h desta segunda-feira, na Sala Fahrion da Reitoria da UFRGS, o compositor desconstrói seu segundo disco solo em um bate-papo promovido pelo Núcleo da Canção da universidade.

Assunto não deve faltar. O disco, lançado no fim de 2011, faz uma viagem pela diversidade percussiva do Cone Sul, em que Serraria - também vocalista da Bataclã FC, com a qual já lançou dois álbuns - apoia suas canções. Com as provocações do mediador Guto Leite e do público, o cancionista espera abrir a "caixa preta" de Pampa Esquema Novo

- Vamos ouvindo o álbum e conversando, "olha, essa música foi pensada assim, foi arranjada desse modo, se pensou em visitar esse gênero, a composição é de fulano" - explica Richard.

O seu esquema, porém, envolve mais do que compor e arranjar canções: Serraria é um arranjador de encontros. Gravado em Montevidéu, Buenos Aires, Pelotas, São Paulo e Porto Alegre, com participações de Zeca Baleiro, Daniel Drexler, Sebastian Jantos, Marcelo Delacroix e Vanessa Longoni, entre outros, o disco não busca a unidade. Ritmos como samba, candombe, milonga, bossa-tango, ijexá e coco se misturam ao longo das 12 faixas. 

Azul Meu Orixá é um ijexá do recôncavo baiano, ancestral do samba, com tambor de candombe, instrumento percussivo do Uruguai. Temporal é candombe com sopapo e tamborim. Pampa Esquema Novo abre com candombe e do meio pro final vira um maracatu - exemplifica o compositor.

Por trás dos ritmos, estão o próprio Richard, o coprodutor Lucas Kino, o mestre de bateria da Imperadores do Samba, Alessandro Brinco, além de Mimmo Ferreira, Mestre Baptista e Kako Xavier. 

Gravado e divulgado com o apoio do Fumproarte, o disco teve três shows de lançamento. Serraria optou por realizar  apenas um no Teatro de Arena e os demais na escola municipal Emílio Meyer e no ponto de cultura Quilombo do Sopapo. Todos lotados, ele ressalta. A atividade de hoje é mais uma ponta desse trabalho múltiplo, que ele chama de artivismo.

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