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Richard Serraria é mestre em literatura, o que explica muita coisa |
Com um mix de MPB e MPP (Música Popular dos Pampas), o músico, cantor e compositor Richard Serraria chega ao segundo disco, Pampa esquema novo, fazendo mistura que seu perfil no MySpace classifica de dub/experimental/folclórica. Como é comum na música urbana de Porto Alegre, o disco tem parte gravada no Sul, parte na Argentina, parte no Uruguai. E os vocais da faixa mais comercial, Amor de perdição, feitos em São Paulo, onde mora o convidado especial, Zeca Baleiro. Com 15 anos de atuação na capital gaúcha, o mestre em literatura pela UFRGS começou a chamar a atenção quando participou, ainda aluno, do fanzine Notas marginais. Hoje, é colunista da revista digital O dilúvio, membro do prestigiado grupo Bataclan F.C. e merecedor de meia dúzia de prêmios Açorianos, o mais importante do Rio Grande do Sul. Ritmista de baterias de várias escolas de samba de lá, venceu o Festival de Samba-enredo de Caxias do Sul em 2004, e participou de um CD que já é clássico, o Xquinas, de Marcelo Corsetti, além de várias outras produções da cena local. “Candombe e tango é livre o choro”, verso da faixa que dá título ao CD, dá pistas das misturas espalhadas pelas 12 músicas. Bossa nova e tango, rap e repente, candombe e samba rock, milonga e ijexá. “Um disco de estrada”, como o próprio autor classifica. A pegada brasileira sempre encontra um eco, um detalhe, uma referência no mundo hispânico. Bom de samba, como se pode provar em faixas como Avisa que o amor vai chegar (“mulher é arte e o samba é artimanha”) e Doce amor se fez samba puro, ele acerta ao dividir vocais com a amiga Vanessa Longoni em Bailadera e ao usar a experiência com a literatura para criar rimas internas, sonoridades dúbias e jogos de palavras que valorizam suas letras de estrutura simples, mas cheias de teias delicadas. |
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